
Hoje, dia 20 de outubro, é comemorado o Dia Nacional da Consciência Negra. Segundo Angela Davis, americana ativista pelos direitos civis, “em uma sociedade racista, não basta não ser racista é preciso ser antirracista”. Pensando nisso, a Ziguezá decidiu fazer um post sobre o assunto e relacioná-lo à criação e educação dos filhos.
Tivemos como fonte uma incrível matéria publicada por Natalia Paiva, no site do El País e que a gente recomenda demais a leitura! Natalia (@natpaiva) é a mãe da Serena e do Martín. No seu texto ela fala sobre o “imperativo moral” da nossa geração em criar filhos antirracistas, além de ressaltar a importância de falar cedo sobre o assunto, unindo sua experiência pessoal e o que é dito por especialistas e organizações como a AAP, Unicef e Faculdade de Medicina de Stanford.
Ela explica, por exemplo, que estudos mostram que as crianças conseguem distinguir características raciais e de gênero antes mesmo de aprender a andar. Entre 2 e 4 anos, internalizam vieses raciais. Então, não adianta fingir que o problema não existe. Vamos às dicas?
1. Estude, se não tiver experiência vivida. Sem entender a questão, será impossível orientar os filhos.
Dica para começar: O livro “Pequeno Manual Antirracista (da Editora Companhia das Letras)”, de Djamila Ribeiro.

2. Aumente o acervo de imagens de pessoas negras em papel de protagonismo para os seus filhos.
Dica para começar: mostre obras de arte, fotografias, filmes, desenhos, brinquedos, lápis de cor e giz de cera, massinha…

3. Leia para seu filho uma literatura efetivamente diversa e antirracista.
Dica para começar
Observe se os livros se encaixam em uma dessas três categorias:
1. Crianças negras como protagonistas da história, mas com temática sem relação com o racismo ou a diversidade.
2. Focados na autoestima das crianças negras.
3. Se falam, honesta e delicadamente, sobre o tema de diversidade.

4. Dialogue com seus filhos, pois estudos mostram que não é verdade que eles “não veem raça”
Dica para começar: Ensinar os filhos a serem antirracistas deve ser o primeiro passo, antes mesmo deles entenderem o que é ser antirracista. O livro Bebê Antirracista, de Ibram X. Kendi traz um roteiro para começar a entender o pensamento das crianças sobre o tema.

5. Seja uma voz ativa na sua comunidade.
Dica para começar: Uma educação antirracista é um esforço conjunto, que família, rede de amigos e escola. Observe e questione o conteúdo programático, o corpo discente, a maneira que fala sobre, por exemplo, Saci e povos indígenas. Não se cale diante de comentários racistas (diretos ou velados)

“Não haverá uma sociedade mais justa se as próximas gerações não forem mais bem-educadas do que a nossa nesse tema. Temos um papel fundamental como pais e cuidadores.” – Natalia Paiva

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